Relações passadas



A melhor forma de encarar as relações passadas por forma a não contaminar a relação actual.

Analisaremos alguns aspectos para conhecer os efeitos do passado numa nova relação.
É natural querer conhecer um pouco do passado afectivo da pessoa com quem estamos a iniciar uma relação. Mas, antes de abordar questões especificas, deve analisar primeiro, se o que quer saber é realmente importante para si ou se a curiosidade só irá magoar. E, no caso de pretender ter essa informação, nunca deve fazer juízos de valor e não deixar que esse conhecimento interfira na relação. 

O que aconteceu no passado modificou a forma da pessoa, pensar agir e até de sentir, mas não podemos julgar a pessoa que está ao nosso lado, com base na dinâmica de relações passadas. Cada um de nós tem características de personalidade próprias que se vão transformando com as vivências. Podemos fazer avaliações erradas ao comparar pessoas em períodos de vida diferentes.


A decisão de iniciar uma nova relação com alguém, a mesma, deve ser consciente. Pode enganar-se ao escolher, mas isso é um risco inerente, não há garantias se a pessoa escolhida é a ideal, não há pessoas perfeitas, há algumas que se adaptam melhor a nós pelas suas características individuais. Mas, todos estamos constantemente em transformação com as experiências que vamos realizando. Como tal, nunca devemos avaliar uma pessoa pelos acontecimentos que advieram duma relação passada, eram pessoas diferentes que estavam em relação. O importante, é sentir que estamos com a pessoa certa e, retirar dos erros passados a aprendizagem necessária para sermos melhores pessoas na actual relação. 

Errar é uma forma de aprendizagem. Repensar os erros e aprender com eles, quando a aprendizagem for bem conseguida, não volta a cometer o mesmo erro. E, quem volta a cometer os mesmos erros e a deparar-se o mesmo tipo de dinâmica relacional, é porque não aprendeu o que falha ou então não compreende o que fez de errado para lhe voltar a acontecer o mesmo. Aprender e melhorar, são as únicas vantagens que o passado difunde no momento presente. Melhorar o que somos e a forma como nos relacionamos. Se conseguir retirar esse proveito a sua relação ficará mais consistente e saudável.

Esqueça o passado para desfrutar mais do presente. Se as relações passadas terminaram foi porque não funcionaram, as pessoas com quem se relacionou não tinham os ingredientes adequados para a fazer crescer uma relação com qualidade. Devendo por isso, esquecer o que se passou após extrair a aprendizagem essencial para viver o presente integralmente. Valorizando até o facto de ter terminado os relacionamentos anteriores para ser uma pessoa mais experiente e consciente. Facultando-lhe a possibilidade de conhecer uma nova pessoa com a qual pode construir um relacionamento harmonioso.

Nunca se esqueça que o passado já passou, e que viver sem esquecer o passado é meio caminho para destruir a relação actual se não aprender a de lidar e a aceitar o seu passado. O presente é agora, é seu e da pessoa com quem está. Deve por isso, investir aqui e agora nessa relação. Compare o passado a um livro que terminou, vire a página quando terminar de ler e guarde.



Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez.

Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo?


Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.


Sigmund Freud, in 'Correspondência



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