quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A importância de uma autoestima positiva



Qual a necessidade pela qual é importante desenvolver uma autoestima positiva?

A razão pela qual devemos desenvolvê-la é porque essa é a base mais importante da nossa personalidade, é a característica que mais influencia a forma de cada um se relacionar, seja a nível pessoal ou profissional. O
 comportamento de cada pessoa é determinado, em função da imagem e do valor que cada pessoa atribui a si própria.   

A autoestima é caracterizada pela avaliação subjetiva que cada pessoa efetua de si própria. Esta avaliação interna pode ser positiva ou negativa, sendo estruturada consoante a as experiências de vida de cada um.  Podemos com tudo isto afirmar que a autoestima é o reflexo da satisfação individual.

Como e quando se desenvolve?

A sua construção é iniciada na infância, mas ao longo do crescimento é que se vai consolidando,  dependendo das vivências e das pessoas com quem nos relacionamos. O desenvolvimento de uma baixa ou alta autoestima, irá depender das interações que cada um vai experienciando. O valor que cada um atribui a si próprio, não é determinado só por circunstâncias exteriores, advém da forma como cada um se estrutura interiormente. Esta 
imagem que elabora de si mesmo, tem origem na sua autoimagem. 

A autoestima varia em função de três componentes.

A componente afetiva que está relacionada com o valor que temos de nós próprios, podendo ser classificada de positiva ou negativa. A componente comportamental, que se prende com a intenção e a tomada de decisão para agir e, a componente cognitiva que está relacionada com o valor que temos da nossa personalidade e do nosso comportamento.

É necessário reavaliar os nossos pensamentos porque permanentemente, o nosso pensamento, que é especialista em investigar todas as situações em que agimos inadequadamente, irá avaliar se temos essa consciência. Este processo, leva-nos a perceber a tendência inerente e prejudicial do nosso pensamento...sendo por esse motivo, importante e benéfico, desenvolver uma autoimagem positiva ou ficamos prisioneiros dos registos negativos do pensamento.

Quando não se faz uma reavaliação correta ao nível da consciência, o que muitas vezes é difícil de conseguir individualmente, porque a tendência  da pessoa é focar-se mais nos aspetos negativos, a sua autoimagem vai enfraquecendo. Contudo, com ajuda psicoterapêutica, essa tomada de consciência é ajustada, sendo possível ficar-se com uma visão mais clara do que ocorre com as nossas atitudes ou desejos. 

Quando se pode avaliar a autoestima?

Nos momentos de fragilidade emocional é quando podemos avaliar realmente a nossa autoestima. Quando estamos em sofrimento, se a nossa autoestima for negativa...ficamos com a sensação de que a mesma, parece ter evaporado e que já nem sabemos qual a nossa importância, quando isto acontece é porque não era muito consistente. A falta de autoestima gera consequentemente nestas fases, diminuição de autoconfiança e inúmeras dúvidas quanto às próprias competências.

Sempre que não existe um equilíbrio entre as expectativas pessoais e a realização das mesmas, tendencialmente a pessoa vai diminuindo a sua autoestima e também a sua autoconfiança.

As pessoas só acreditam no seu próprio valor e conseguem sentir autoconfiança, quando anteriormente, alguém já lhe deu valor ou confiou nela. Da mesma forma que uma pessoa só consegue entender que possui características positivas, a partir do momento em que alguém as verbalizou. Só após estas circunstâncias, é que é possível a pessoa ter consciência das mesmas.

A auto-aprovação e o nosso funcionamento, reflete-se em todos os pensamentos e na forma de cada um se ver. Assim, não será difícil perceber, que além de afetar a relação com os outros, também influencia todas as coisas que fazemos.

Quais os benefícios para desenvolver uma autoestima positiva?

Desenvolver uma boa autoestima, permite-nos pensar, sentir e agir de modo mais autoconfiante e desfrutar de maior bem-estar, porque passamos a acreditar mais nas capacidades que temos, tornando-se mais fácil, sermos felizes e atingirmos os objetivos desejados.
Tenha em conta que alguns problemas psicológicos, como a tristeza, distúrbios alimentares, receios, medos, inibições, ansiedade ou fobia social, entre outros, podem afetar e muito o seu dia-a-dia, em consequência de uma baixa autoestima.

É importante recorrer a ajuda especializada, se sente que tem baixa autoestima. Este acompanhamento permite-lhe conseguir ter melhor autoconfiança e ajudá-la a aumentar a sua autoestima, para que seja capaz de se exprimir melhor, de identificar o que deseja ou para perceber as suas reais necessidades, evitando com isso que sofra sem necessidade, só porque não procura ou resiste em pedir ajuda.

A psicoterapia promove os recursos mais eficazes para a pessoa aprender a lidar com as características inerentes da sua personalidade, a lidar e a gerir melhor as emoções, quando desenvolve autoconhecimento. 





O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito, a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em acção.

Fernando Pessoa



Hoje Tomei a Decisão de Ser Eu


Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser. 

Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou. 

Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci. 

Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste. 

O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim. 

Fernando Pessoa, in Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

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